5 FACTOS QUE AINDA NÃO SABE SOBRE L – CARNITINA 🏋️♀️🏋️♂️💙
A carnitina encontra-se naturalmente no organismo numa concentração de 100 mmol. Cerca de 95% encontra-se no músculo esquelético e cardíaco, proveniente sobretudo da dieta, nomeadamente através da ingestão de carne, peixe e alguns derivados do leite, sendo a restante quantidade sintetizada endogenamente a partir da metionina e lisina. Deste modo, indivíduos que seguem um padrão alimentar vegetariano apresentam teores reduzidos de carnitina a nível muscular.
Qual a função da carnitina?
A carnitina a nível muscular participa na oxidação de ácidos gordos de cadeia longa, transportando-os para o interior da mitocôndria, e também no metabolismo dos hidratos carbono através do ciclo de krebs, nomeadamente em exercícios de elevada intensidade.
Em determinados indivíduos pode ocorrer uma deficiência genética em carnitina, culminando na acumulação de triglicerídeos no músculo esquelético, aumentando a resistência à ação da insulina, desequilibrando a utilização de ácidos gordos e reduzindo a capacidade de exercício. E nestes casos é crucial a suplementação com carnitina.
Qual a função da carnitina na redução de gordura corporal e melhoria do desempenho desportivo?
Em alguns estudos procurou-se observar os efeitos da suplementação com carnitina no metabolismo e no desempenho desportivo, procedendo-se à administração de 2 e 6 g de carnitina a cada 5 dias durante 4 meses.
Nesta investigação concluiu-se que a suplementação com carnitina não apresenta qualquer benefício na redução de gordura corporal e na otimização do desempenho desportivo, dado não ter ocorrido aumento das reservas musculares (2007).
Mas quando administrada de forma intravenosa juntamente com insulina, as reservas de carnitina a nível muscular aumentam, uma vez que esta aumenta a captação de carnitina pelo músculo esquelético (2007).
Outra investigação demonstrou que se pode elevar até 10% a concentração muscular através da ingestão de 3 g de carnitina/dia com uma bebida rica em hidratos de carbono (90 g) num alargado período de tempo, cerca de 100 dias. Contudo, se se ingerirem cerca de 1,4 g de carnitina duas vezes por dia juntamente com 80 g de hidratos de carbono, aumenta-se o seu teor até 20%, mas num período de 168 dias.
Assim, aquando da elevação de concentração de carnitina, ocorre poupança de glicogénio muscular em exercícios de baixa intensidade, o que pode otimizar a utilização de gordura como substrato energético, permitindo a redução de produção de lactato (2011).
Porém, é necessária mais investigação quanto à utilização de carnitina na melhoria da composição corporal e na otimização da performance desportiva, dado que se têm observado vantagens apenas sob condições muito específicas, que exigem o cumprimento de protocolos por longos períodos de tempo.
Importa ainda, salientar que este suplemento se encontra na categoria B de evidência científica, ou seja, carece de mais investigação. No entanto, podem ser utilizados por atletas em protocolos de investigação ou em situações de monitorização de efeitos dos suplementos constantes nesta categoria.
Referência bibliográfica: Clinical Sports Nutrition. Louise Burke, Vicki Deakin. 5th Edition. Australia 2017.
Fonte da imagem: Ciclista